Como a Estratégia tem que mudar com o Crescimento da Igreja
Não existe melhor tamanho de igreja. Cada tamanho apresenta dificuldades como também oportunidades. É importante que igrejas de diferentes tamanhos se mantenham unidas e se tornem tudo o que Cristo deseja que a Sua Igreja seja. Porém, toda igreja deveria sonhar em crescer, cumprindo o seu propósito básico. Afinal, o motivo maior da igreja existir é o de anunciar o evangelho de Cristo, convocando muitos para serem transportados do reino das trevas para o Reino da Luz. Segundo o Dr. Tim Keller, um dos erros mais comuns na liderança pastoral é o desprezo pelo significado do tamanho da igreja, pois esse tamanho tem um impacto enorme em seu bom funcionamento. Existe uma "cultura do tamanho" que afeta profundamente a tomada de decisões, o fluxo dos relacionamentos, e até pode gerar certos impedimentos para a continuidade do crescimento da igreja. Uma igreja grande não é simplesmente uma versão maior de uma igreja pequena. Impor a prática de uma cultura de tamanho que não corresponde ao tamanho correto de uma igreja poderá lhe causar estragos e até forçar essa igreja a decrescer. Quanto maior a igreja, mais mudanças são necessárias na "cultura" de liderança e relacionamentos que essa igreja tem. Por exemplo, à medida que a igreja cresce: - Menos seus membros terão em comum (haverá mais diversidade de idade, status, etnias, etc..) - Mais tomadas de decisões recaem sobre a liderança informal da igreja. (Pastores e presbíteros passam a lidar apenas com assuntos superiores, de maior importância) - Mais o ministério pastoral básico (visitação, discipulado e aconselhamento) é realizado pela liderança leiga ou informal - Mais sistemática e intencional a recepção de recém chegados precisa ser - Mais necessário e mais difícil é o recrutamento de voluntários - Mais eficiente deve ser a comunicação interna e externa - Mais planejamento e organização são necessários - Mais qualidade na produção de cultos e eventos é esperada - Mais frequentes e rápidas mudanças estruturais precisam acontecer - Mais os membros da equipe ministerial devem se mover da generalização para a especificação Para ler o texto do Dr. Tim Keller na íntegra, copie e vá em: http://www.docdroid.net/GDFLYl0/tim-keller-numero-e-dinamica.pdf.html
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O nascimento de uma criança muda muita coisa na história de uma família. Eu disse muita coisa? Não!!! Muda tu-do! De uma hora para outra a rotina vira de pernas para o ar, os horários são radicalmente alterados, o descanso é escasso e o trabalho é intenso, quase ininterrupto. Não importa se é o primeiro, o segundo, o terceiro, ou o (UAU!!!!) quarto filho, a verdade é que o trabalho nunca aumenta numa soma exata: dois filhos, trabalho dobrado, três filhos, trabalho triplicado... Não! O trabalho é sempre maior do que a proporção esperada. Está certo que as inseguranças diminuem do primeiro para o segundo e assim sucessivamente, e que a prática melhora, mas sabe o que também diminui? O tempo de descanso e de renovação...
Contudo nós nos derretemos de amores por eles. E continuamos querendo ter filhos, nossos mesmo, ou através dos nossos filhos (queridos avós!). E assim as famílias crescem... Deus também gosta (e muito!) de ter filhos. Ele nos ama infinitamente. E continua, a cada dia, acrescentando à Sua paternidade mais e mais filhos. E uma das maneiras que Deus instituiu para resgatar Seus filhos é a plantação de igrejas. Para Deus a plantação de igrejas é uma das formas de expansão do reino e, para nós, plantar uma igreja é como ter um filho. Existem três aspectos da plantação de uma igreja que se assemelham muito à criação de um filho e é sobre isso que eu gostaria de falar aqui: dentro de uma perspectiva de crescimento saudável, da mesma forma que um filho, uma igreja plantada, de início, não sobrevive sem seu plantador, algum tempo depois ela sobrevive, mas não vive sem seu plantador e, num futuro mais à frente, ela não só sobrevive, como também vive sem seu plantador. Como reconhecer, então, os momentos específicos de cada fase de plantação de sua igreja e, como reagir a eles? Bem , a igreja é um corpo vivo, e como qualquer ser vivente, tem sua dinâmica, tempo e características próprias e reage e responde às circunstâncias de local, tempo e espaço. Isso é certo. Não existe receita de bolo para algo que está vivo e em constante mudança. Contudo, de uma forma geral e dentro de uma medida considerada saudável, algumas características devem ser apresentadas dentro de um tempo não rígido, mas aproximado. Deixa eu explicar melhor: quando nossa filha Camila nasceu, nós compramos aquele livro clássico “A vida do bebê” do Dr. Rinaldo De Lamare. Era incrível ver como ela progredia exatamente conforme o livro retratava que aconteceria, no tempo exato em que o livro dizia que certas práticas deveriam acontecer. Então, se o livro dizia que aos quatro meses, mais ou menos o bebê deveria aprender a virar sozinho, com exatos quatro meses ela se virava. Era incrível. Tanto que nós nos acostumamos a acompanhar o desenvolvimento dela com o livro na cabeceira. E embora o livro dissesse que determinada mudança poderia acontecer entre tais e tais meses, ela sempre apresentava a característica descrita na primeira data mencionada. Então um ano depois nosso filho João Felipe nasceu. E nós corremos para o livro. Mas com ele as coisas foram diferentes. Se o livro dava um prazo de meses para alguma mudança, algumas vezes essa mudança vinha logo no início, outras vezes nós esperávamos até a data limite. Mas acontecia! O que isso quer dizer? Que pode ser que uma igreja plantada tenha um crescimento mais rápido do que outra , pode ser que algumas áreas se desenvolvam melhor, outras levem mais tempo, pode ser que algumas “espichadas” sejam mais fáceis, outras mais difíceis, mas todas virão! Como qualquer ser vivo saudável, uma igreja precisa crescer. Pode levar mais tempo, pois depende de fatos externos e internos, mas TEM QUE acontecer. E nesse crescimento, vamos observar que: Uma igreja plantada, de início, não sobrevive sem o plantador. E quando eu digo plantador, estou biblicamente considerando o casal como um só. Então , uma igreja plantada, de início, não sobrevive sem o casal plantador. Mais uma vez: uma igreja é um ser vivo, dinâmico, então não me cabe aqui dizer quando vai ou deve acontecer a mudança. Mas sim que ela precisa acontecer. Uma igreja recém plantada, como um bebê recém nascido, não sobrevive sem seu casal plantador. Ela precisa de atenção ininterrupta. Precisa ser alimentada, acompanhada, medicada, limpa, observada, estimulada, aconchegada e cuidada. Uma igreja recém plantada precisa que o casal plantador a todo tempo reafirme seu amor e compromisso para com ela, através de sua presença e palavra. É um momento em que os líderes precisam estar muito presentes. As pessoas ainda não sabem bem qual a identidade da igreja, que tipo de liturgia, interpretação teológica, prioridades e objetivos. Nesse período os líderes quase não têm com quem contar para o trabalho, por isso costumam cuidar de praticamente tudo referente à igreja, da limpeza do espaço propriamente dito, ao ensino bíblico em si, passando por finanças, aconselhamentos e eventos. Como um bebê recém nascido uma nova igreja costuma ser muito demandante em relação à presença física dos líderes, não só nos eventos da igreja como também em eventos pessoais como aniversários e festas particulares. Tenha paciência, como uma criança que ao aprender a andar e correr exige menos o colo dos pais, com o crescimento natural e a chegada de novos membros, se tudo ocorrer de forma saudável, as pessoas irão suprir suas necessidades sociais cada vez mais umas com as outras e assim exigirão menos dos plantadores. Nesse período também as pessoas ainda não compreendem a identidade da igreja, e como uma igreja recém plantada não é formada só por novos convertidos, muitas pessoas chegarão tentando impor à igreja sua visão de expressão do evangelho, seja por hábitos adquiridos em outras igrejas, seja por interpretações próprias do que seria uma igreja de verdade. Como um bebê que tenta impor aos pais seu horário de atividade e descanso, essas pessoas precisam ser orientadas e educadas a seguir a orientação que Deus deu ao casal plantador para aquela determinada igreja, e por isso os líderes precisam deixar bem claro e sempre reafirmar a vocação principal da igreja, se concentrar naquilo que vai fazer com que o objetivo seja alcançado e se desfazer do que não vai. Com respeito e carinho, mas com firmeza e decisão. Como um bebê recém nascido uma igreja recém plantada precisa ser alimentada se não exclusivamente, majoritariamente pelo casal plantador. Convidar outras pessoas de fora para pregar precisa ser raro, pois a igreja tem que se acostumar a reconhecer e se identificar com a voz, o jeito e as orientações do seu líder. Ela precisa ter segurança e saber para quem olhar em busca de direção. Como um bebê recém nascido uma igreja recém plantada dá muito trabalho e exige muito fisicamente, emocionalmente e espiritualmente do casal plantador, por isso todo cuidado é pouco. Muita paciência, consciência de que o tempo vai passar e que a ajuda virá, sabedoria e cuidado nesse momento. Uma nova igreja, assim como um novo filho, deve servir para unir, mas pode separar o casal. Então, nesse momento é tempo de vigiar, manter o respeito, o incentivo e a vida devocional pessoal e do casal, procurar escapes a dois para reavivar o namoro, construir amizades com as quais contar, buscar conselhos e trabalhar duro sim, mas cientes de que estão construindo uma base sólida para um crescimento saudável que trará muitas alegrias. Tudo sendo feito de forma saudável, num segundo momento, uma igreja plantada já sobrevive, mas ainda não vive sem o casal plantador. Ela agora passou da fase de bebê para a fase de criança. Agora mais pessoas surgem para ajudar no trabalho, a identidade da igreja já está mais exposta, e as pessoas já identificam bem os líderes. É o momento de começar a delegar, a descentralizar, mas com sabedoria e critério. Como uma criança essa igreja agora precisa aprender a se virar sozinha, a assumir suas próprias atitudes, contudo, como uma criança, ainda precisa de vigilância e acompanhamento. Ela consegue pegar a comida na geladeira e se alimentar,mas não consegue arcar com os custos dessa alimentação, ela sabe muito bem andar sozinha, mas se não for acompanhada, não sabe para onde ir. É hora de deixar as pessoas trabalharem sim, mas de estar ao lado orientando e direcionando, principalmente aos líderes. Sua presença ainda é importante, mas menos agora e será menos ainda se você contribuir dando autonomia para que o trabalho seja feito sem você, mas mantenha a atenção. Como com uma criança, é hora de ensinar, deixar fazer, acompanhar e intervir quando necessário. Se tudo for feito corretamente, as intervenções serão cada vez mais escassas. Aproveite para discipular e orientar aqueles nos quais você reconhece a liderança para cada necessidade da igreja, mantenha-se perto, mas deixe as pessoas trabalharem e só interfira se necessário. É hora de começar a receber pessoas que dividam as tarefas a fim de que vocês se concentrem realmente naquilo que só vocês podem fazer. Desde que dentro da identidade e da ideologia da igreja, abra-se para formas diferentes de apresentar o mesmo conteúdo. Permita-se usufruir a vida da igreja através de novas idéias, assim como os filhos fazem conosco em casa. Mas tome cuidado porque ainda haverá pessoas que desejarão moldar a igreja aos seus caprichos, mantenha o foco. Entenda que sua igreja não é mais um bebezinho, que pode andar sozinha, mas que ainda não é um adulto e que ainda precisa de supervisão. Então trabalhe por esse crescimento, essa independência, dando a base para que aconteça plenamente. Nesse momento é hora de o casal aproveitar para começar a investir em planos e projetos futuros sobre o que fazer com a energia e o tempo que sobrarão num futuro próximo, quando a igreja poderá não só sobreviver, como também viver sem vocês. No último estágio, uma nova igreja cresce para viver sem os plantadores e gerar novas igrejas. É a fase mais recompensadora, a fase com a qual nós sonhamos, pela qual trabalhamos, ver nossa igreja completamente independente de nós e dando frutos, novas conversões, outras congregações.... Mas também é a fase emocionalmente mais difícil. Se tudo tiver corrido como normalmente, provavelmente a essa altura do campeonato 90% (ou mais) dos membros de sua igreja não estavam com vocês desde o início, uma grande parcela não sabe da história de plantação dessa igreja e a grande maioria desconhece totalmente os desafios que vocês tiveram que enfrentar para chegar até aqui. E, como membros ou frequentadores, estão levando o nome da igreja para onde vão. Ou mesmo para onde não vão fisicamente, mas vão virtualmente através da internet... E nem sempre de forma positiva, sejamos honestos. E se vocês não se prepararam direito, agora estão não só com a síndrome do ninho eclesiológico vazio, como também ressentidos pela falta de reconhecimento. Não mesmo!!! Igreja é como filho. Tem que crescer, tem que achar seu caminho, tem que gerar frutos próprios! Nós não podemos atrofiar nossas igrejas como não podemos atrofiar nossos filhos. Seres vivos sadios crescem e se reproduzem!!! Agora é o melhor momento para confiar no trabalho de ensino e acompanhamento que foi feito com a orientação divina e investir em outras direções tais como orientar e aconselhar novos plantadores. Como filhos crescidos sua igreja vai sempre precisar de sua intercessão, de suas orações e eventualmente vai pedir conselhos e orientações. Esteja lá quando eles precisarem, mas se pedirem. Caso contrário, continue orando! É o momento ideal também para buscar em Deus novas áreas nas quais vocês poderão servir ao reino. Afinal de contas, Deus não lhes permitiu tamanha experiência para que esse talento seja enterrado! Festejem a maturidade de sua igreja como a de seus filhos e continuem sendo produtivos de outra forma. Para terminar eu gostaria de aconselhar a leitura de dois textos. Um é do pastor Timothy Keller entitulado “A dinâmica entre liderança e tamanho de igreja – como a estratégia muda com o crescimento”. E o outro é do pastor Mark Driscoll, “A quem autorizar e quem evitar”. E que o Senhor nos guie e abençoe nessa tarefa gloriosa de plantação de igrejas! Viviany Mendes Viguier, é a esposa de um plantador, mãe de dois filhos. |
Sobre nós
Somos chamadas para abrir novas fronteiras, encarar com paixão grandes desafios e servir a Cristo com todo nosso vigor, cheias de fé e determinação em levar o EVANGELHO por onde Jesus nos enviar. |